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Embolização Portal como tratamento pré-operatório em paciente com Hepatocarcinima

Introdução

A doença maligna hepática vêm aumentando em incidência ao longo das décadas, e o fígado é um local frequente de metástases. Nas últimas décadas, as melhorias nas técnicas cirúrgicas, o aumento da compreensão da anatomia hepática e os avanços nos cuidados peri-operatórios resultaram em melhorias na mortalidade.
A insuficiência do fígado residual é uma característica limitante para a realização da hepatectomia.

Objetivo

Relatar um caso de embolização pré-operatória da veia porta pré-hepatectomia por hepatocarcinoma.

Relato de Caso

   Paciente JS, 71 anos, sexo masculino, tabagista e ex-etilista. Paciente com queixa principal de desconforto abdominal. Ao exame físico observou-se dor no hipocôndrio direito. Realizado uma tomografia de abdome superior que evidenciou uma massa em lobo direito do fígado, ocupando os segmentos V,VI,VII,VIII, medindo 13,6 x 11,6 x 13 cm nos seus maiores diâmetros, sem envolvimento dos demais segmentos. Foi realizado a biópsia com diagnóstico de carcinoma hepatocelular. Admitido no nosso serviço para a realização de embolização de veia porta direita com o propósito de crescimento do volume hepático residual, para posterior hepatectomia.
Paciente foi submetido a embolização de veia porta e quimioembolização da artéria hepática direita, recebendo alta hospitalar no 50 DPO. Foi acompanhado com nova tomografia após 30 dias, que mostrou crescimento de 28,9% do FFR.
Internado com 40 dias para a realização da hepatectomia direita, recebendo alta hospitalar no 110 dia, sendo acompanhado ambulatorialmente.

 

Discussão

Avritscher et. al relatam que o acesso contralateral é o mais utilizado, tendo uma maior facilidade na cateterização do ramo portal direito. O acesso ipislateral evita a punção no fígado sadio. Van Lieden et.al relatam que os melhores resultados são com cola.
O período entre a embolização e o procedimento cirúrgico neste caso foi de 40 dias. Van Lieden et.al relataram uma média de 36,9 dias (21 a 84 dias).
Covey et. al relataram de um total de 100 pacientes submetidos a embolização hepática houve um crescimento de 24,3%, utilizando a cola como agente embolizante. Neste caso, houve um crescimento do volume hepático do lobo remanescente pós-embolização de 28,9%.

Conclusão

A embolização pré-operatória da veia porta proporcionou crescimento do fígado residual de 28,9%, suficiente para permitir a hepatectomia com segurança.
 

Referências Bibliográficas

  1. Van Lienden, K.P.; Van den Esschert, J.W.;Graaf, W.;Bipat, S.; Lameris, J.S.;Van Gulik, T.M.;Van Delden, O.M. Portal Vein Embolization Before Liver Resection: A Systematic Review. Cardiovasc Intervent Radiol (2013) 36:25–34.
  2. May, B. J.; Madoff, D. C. Portal Vein Embolization: Rationale, Technique, and Current Application. Seminars in Interventional Radiology Vol. 29 No. 2/2012
  3. Shindoh, J.; Tzeng, C.W.D.; Vauthey, J.N. Portal Vein Embolization for Hepatocellular Carcinoma. Liver Cancer 2012;1:159–167.
  4. Ribero, D.;Chun, Y.S.;Vauthey, J.N. Standardized Liver Volumetry for Portal Vein Embolization. Seminars in Intervencional Radiology, volume 25, number 2,2008.
  5. Avritscher, R.;Baere, T.;Murthy, R.;Deschamps, F.;Madoff, D. Percutaneous Transhepatic Portal Vein Embolization: Rationale, Technique, and Outcomes. Seminars in Intervencional Radiology, volume 25, number 2,2008.

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