INTRODUÇÃO
As fístulas arteriovenosas durais (FAVD) representam aproximadamente 10-15% das anomalias arteriovenosas intracranianas e apresentam-se em média entre os 50 e 60 anos de idade, sendo a apresentação individual altamente heterogênea. São caracterizadas pela comunicação anómala entre as artérias que irrigam a dura-máter e os seios venosos durais (veias meníngeas), ocorrendo a maioria das vezes nos seios cavernoso e lateral. A sua etiologia é ainda desconhecida, estando associadas a uma mortalidade anual de cerca de 10,4%.
OBJETIVO
Relatar um caso clínico de um paciente jovem em investigação de um quadro de cefaléia há cerca de 5 anos, que não melhorava com medicações.
RELATO DE CASO
Paciente sexo masculino, 36 anos, sem comorbidade, em acompanhamento com a neurologia para investigação de quadro de cefaleia persistente. Foi realizada uma angio- ressonância que identificou a MAV, sendo posteriormente atendido no ambulatório da radiologia intervencionista. Foi submetido a uma arteriografia que demostrou uma malformação arteriovenosa dural ao nível do seio sigmoide – bulbo da veia jugular esquerda do tipo IIb de Cognard. Foi realizada a embolização com micromolas, através do acesso venoso (jugular). Procedimento sem intercorrências e o paciente recebeu alta no 20 dia de pós-operatório.
DISCUSSÃO
O objetivo do tratamento endovascular da MAV dural é a exclusão do retorno venoso, principalmente naquelas com retorno venoso cortical. Pode ser realizado por via arterial ou por via venosa, sendo esta a principal opção, principalmente quando existem aferências importantes das artérias carótidas internas. Gemmete et al. mostraram que a embolização transvenosa com coils é a principal opção nas fístulas com um elevado número de aferências ou de pontos de fístula, dimunuindo assim a necessidade de novos procedimentos.
CONCLUSÃO
A embolização transvenosa da MAV dural foi o tratamento proposto para este caso. Procedimento realizado com sucesso, sem complicações.